O FANTÁSTICO UNIVERSO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Tintin com seu cachorrinho Milu |
No ano de 1929, na Europa, surge um personagem que fez grande sucesso em suas aventuras pelo mundo, Tintin, criado pelo belga Hergé. Diferentemente do que era de costume, ao invés de jornais, o artista publicou seu personagem em álbuns, que posteriormente foram traduzidos em vários idiomas e distribuídos para vários países do mundo.
Imagens do Tintin com seu cachorrinho Milu - Hergé |
Imagens do filme live action do Tintin (2011) |
Na década de 1930 um personagem que viria a se tornar um dos mais famosos ícones da cultura de massa do mundo, migrou dos desenhos animados para as HQs. O ratinho Mickey Mouse, criado por Walt Disney dá início a um verdadeiro império do entretenimento. Faz parte do seu vasto universo, outros personagens de grande sucesso, como o Pato Donald, o Pateta, a Minnie e o Zé Carioca, entre tantos outros.
A turma do Mickey - Walt Disney |
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Enquanto Walt Disney
difundia o capitalismo americano em suas histórias, Al Capp, satirizava o
“estilo americano” (American Way of Life) através
do seu personagem Li'l Abner
(Ferdinando). Al Capp foi ainda, um
dos primeiros autores a chamar atenção das massas para a defesa do meio
ambiente.
Capas das HQs de Li'l Abner - Al Capp |
O cartunista
americano V. T. Hamlin satirizou por quatro
décadas a vida suburbana americana através de um personagem bastante exótico, o
homem das cavernas chamado Brucutu. Suas histórias combinavam aventura,
fantasia e humor.
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Capas das HQs do Brucutu - V. T. Hamlin |
Outros famosos
personagens deste período são o Marinheiro Popaye,
que comia espinafre para ficar forte e salvar sua amada Olívia Palito das
garras do vilão Brutus.
Imagens do Marinheiro Popeye e sua turma |
Marinheiro Popeye e seu clássico cachimbo e o novo Marinheiro Popeye com seu apito |
O ano de 1936 marca o
surgimento do primeiro grande herói fantasiado dos quadrinhos, o Fantasma, de
Lee Falk. O autor utiliza em
suas histórias algo incomum nos quadrinhos, a passagem real do tempo. O
Fantasma se casa com Diana Palmer, tem filhos, envelhece e morre. Então, um de
seus descendentes deve substituí-lo como Fantasma. Assim nasce a lenda do
“Espírito que Anda”. Lee Falk foi ainda, o
criador de outro personagem de grande sucesso, o mágico Mandrake.
Imagens de HQs do Fantasma, de Lee Falk |
Imagens de HQs do Fantasma, de Lee Falk |
Imagens de HQs do Fantasma, de Lee Falk |
Imagens de HQs do Mandrake e seu amigo Lothar |
Antes da Segunda
Guerra Mundial, a excelente produção Norte Americana de quadrinhos e o
eficiente sistema de distribuição dos Sindicatos (Syndicates), levam seus
personagens a invadirem os jornais do mundo inteiro.
A década de 1930 fica marcada pela consagração dos quadrinhos, e a qualidade do material impresso vem do trabalho de artistas como Burne Hogarth.
Estudos de anatomia de Burne Hogart, do livro Anatomia Dinâmica |
Com a chegada da
Segunda Guerra Mundial, onde Adolf Hitler parecia invencível, os tradicionais
heróis de aventura não eram mais suficientes para nos salvar. As pessoas comuns
precisavam de algo a mais, e foi exatamente isso que Joe Shuster e Jerry Siegel
perceberam. Então, com cerca de dezesseis anos, os jovens de Cleveland, Ohio,
criaram um personagem que levava os leitores a outra realidade, uma dimensão
onde o bem sempre prevalecia. O início de carreira foi muito difícil para os dois, pois
todos os editores se recusavam a publicar suas histórias, devido à ideia “não
ser boa”. Por fim, depois de muita luta conseguiram um emprego na editora National Allied Publication, que mais tarde se
tornaria a poderosa DC Comics.
Em 1938 seria lançada
a revista Action Comics, e os editores
necessitavam de um protagonista para as histórias. Foi neste ponto, que a vida
de Shuster e Siegel dá uma
guinada gigantesca. Os editores aceitam publicar a história do personagem
deles, um alienígena que se tornaria um dos maiores ícones gráficos de todos os
tempos, o Superman. O primeiro volume da Action Comics
é considerado o marco zero quando o assunto é super-heróis. Os jovens autores
não criaram apenas um novo personagem, criaram um novo gênero de quadrinhos. A
HQ foi um sucesso estrondoso.
Foi através do
colossal sucesso do Homem de Aço, que os editores americanos passaram a publicar
os quadrinhos em forma de revista, dando origem aos “Comic Books” (Livros em
quadrinhos ou Revisas em quadrinhos).
Primeira aparição do Superman - Action Comics #1 (1938) Primeira aparição do Batman - Detective Comics #27 (1939) |
O grande sucesso do
último filho de Krypton (Superman) fez a DC Comics encomendar ao jovem
cartunista, Bob Kane, a criação de outro super-herói. Curiosamente, foi observando as obras
de Leonardo da Vinci em busca de inspiração, que Bob Kane se deparou com
esboços de asas e máquinas voadoras, e a partir destes desenhos, criou o
Batman, que inicialmente tinha asas de morcego.
Imagens do Homem Morcego e do último filho de Krypton |
Imagem "espelhada" do Superman e do Batman |
Capas de HQs do Batman e do Superman Ícones da cultura pop |
Imagens do Zorro em quadrinhos |
Imagens do Sombra em quadrinhos |
Kane convidou Bill Finger para realizar a
composição final do personagem, que sugeriu algumas alterações, como a substituição das asas de morcego por uma capa e a introdução famoso do cinto de utilidades. Em maio de 1939, na Detective Comics número 27, o mundo
via pela primeira vez as aventuras de Batman. O eterno defensor de Gotham City é um dos maiores ícones da cultura pop mundial e leva terror aos corações dos criminosos a mais de 80 anos.
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Quando os EUA entraram na segunda grande guerra, seus super-heróis já estavam combatendo as forças de Hitler através das páginas das HQs. Suas histórias eram usadas como forma de divulgar mensagens ideológicas antinazistas. O primeiro super-herói a se declarar publicamente inimigo dos nazistas foi o Capitão América, mas até mesmo Tarzan, em meio à vasta floresta africana, lutou contra os soldados de Adolf Hitler.
HQ na qual Capitão América dá um soco em Adolf Hitler Capitão América e Bucky (Soldado Invernal) |
Segundo o cartunista,
jornalista e professor, Gilberto Maringoni, com o fim da
guerra, Steve Rogers (Capitão América) foi um dos primeiros personagens a
questionar sua função na sociedade. O pensamento: “Talvez eu devesse lutar
menos... e perguntar mais” marca essa fase dos quadrinhos de super-heróis, e
apresenta toda a problemática em torno deste tipo de personagem, num mundo
pós-guerra.
Os quadrinhos passam
por uma fase muito ruim, com escassez de papel, que resultou na diminuição das publicações. Outros fatores negativos na época foram a perda da qualidade
gráfica e o conteúdo bastante pobre das histórias. Neste período, depois que
milhões morreram em guerra, era muito difícil apresentar histórias otimistas
contendo super-heróis.
Surgem então, algumas novas vertentes que ganham força e atingem alto padrão de estética gráfica. O maior exemplo é The Spirit (O Espírito), do consagrado mestre dos quadrinhos, Will Eisner. O autor explora de forma exuberante a técnica de luz e sombra (iluminação) através do contraste entre o preto e o branco. Eisner inovou o universo das HQs ao utilizar em suas criações, ângulos de câmera similares aos do cinema e curiosamente, nunca repetia a tipografia do título “The Spirit”.
Capas de HQs do Spirit, de Will Eisner |
A arte de Will Eisner apresenta uma nova tendência nos quadrinhos, marcada pela alta qualidade artística e visual e também pela sofisticação do produto. Seu trabalho marca o fim do auge dos super-heróis e das histórias de cunho ideológico.
Will Eisner - Um dos grandes gênios da nona arte |
Em homenagem a este
gênio dos quadrinhos, foi criado no ano de 1987 o “The Will Eisner Comic Industry Awards”
comumente abreviado e traduzido em português para Prêmio Eisner. Sua primeira edição
ocorreu no ano de 1988 e desde 1991 a cerimônia é realizada na "San Diego Comic
Con". O Prêmio Eisner é considerado o
Oscar dos quadrinhos.
Troféu do Prêmio Eisner - Comic Con Internacional |
Segundo informações da revista Galileu, a Comic Con Experience (CCXP) de São Paulo se tornou o maior festival geek do mundo, reunindo nos quatro dias de evento, em 2019, quase 1 milhão de pessoas.
Imagens da CCXP 2017 - Eu, meu sobrinho Gabriel e meus filhos, Luana e João Marcos |
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Dentro das metodologias ativas, é importante que os alunos saibam utilizar as TDICs (tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), e aprendam a pesquisar. Portanto, pesquise na internet, de forma mais profunda, alguns temas citados neste post, assim como os escritores e desenhistas apresentados..
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Os Quadrinhos invadindo a arte - POP ART |
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Releitura da ilustração do Tintin com o Milu Eu e o meu Pipoca (2020) - Photoshop |
Batman (2020) - Luiz Alberto Releitura da HQ Batman nº16 (1991) |
Batman - Releitura em Nanquim da HQ The Dark Knight Returns 1986 (Frank Miller) - Luiz Alberto |
Batman e a Robin (menina) - Luiz Alberto Releitura da HQ de 1986 The Dark Knight Returns (Frank Miller) |
Batman - Aquarela (Brilho - Photoshop) Luiz Alberto |
MARINGONI, Gilberto. Criatividade e Narrativa em História em Quadrinhos. São Paulo: SENAC, 1994. Trabalho não publicado.
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