O FANTÁSTICO UNIVERSO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Fotografia original: Letícia Akemi/Gazeta do Povo Alteração digital: Luiz Alberto |
Acontecimentos narrados de forma sequencial, utilizando desenhos, ocorrem desde a pré-história. Os homens das cavernas produziam suas artes rupestres relatando suas vivências. Posteriormente, vários foram os meios utilizados pelos seres humanos para contar histórias sequenciais, como mosaicos, afrescos, tapeçarias entre outras tantas.
A Tapeçaria de Bayeux, produzida no século XI, é um imenso tapete bordado. Nele estão descritos, através de uma narrativa visual sequencial, a conquista normanda da Inglaterra no ano de 1066, por Guilherme II da Normandia. A obra descreve a Batalha de Hastings e muitos outros detalhes da vida cotidiana da época, como vestuário, castelos, navios e condições de vida. Dessa forma, além do valor artístico, a peça tem valor documental inestimável acerca do século XI na Inglaterra e Normandia. Agora eu te pergunto... Podemos considerar esta tapeçaria como a bisavó das HQs contemporâneas?
Tapeçaria de Bayeux: a Batalha de Hastings (1066) Imagem: Pinterest |
Foi convencionado como marco inicial dos quadrinhos, o personagem Yellow Kid (Menino Amarelo), criado em 1894, pelo norte americano Richard F. Outcault. Este personagem foi o primeiro impresso em cores e o pioneiro a utilizar balões para transmitir a ideia de fala, dando mais dinamismo aos quadrinhos.
Yellow Kid - Richard Felton Outcault (Imagem: Pinterest) |
Novos autores e desenhistas surgiram, em meio a uma verdadeira explosão editorial, fato que culminou na criação de diversos novos personagens.
Rodolph Dirks, alemão radicado nos EUA, inovou o universo das HQs ao utilizar sinais gráficos e onomatopeias através dos seus personagens, Os Sobrinhos do Capitão (The Katzenjammer Kids).
Os Sobrinhos do Capitão - Rodolph Dirks (Imagem: Pinterest) |
Winsor MacCay é o responsável pela criação de outro importante personagem, na construção histórica dos quadrinhos, Little Nemo in Slumberland (O Pequeno Nemo no País dos Sonhos), de 1905. Os desenhos de Winsor MacCay são produzidos no estilo artístico em alta naquele momento histórico, a Art Nouveau, elevando os quadrinhos ao patamar de arte.
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest) |
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest) |
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest) |
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest) |
O ano de 1907 marca o surgimento da primeira tira diária, Mutt e Jeff, de Bud Fisher. A partir deste momento, os quadrinhos deixam de existir apenas nos suplementos dominicais e passam a integrar de forma cotidiana as páginas internas dos jornais.
Mutt e Jeff - Bud Fisher (Imagem: Wikipédia) |
As HQs atingiram status de Pop Art (arte popular) devido a grande difusão realizada pelas agências distribuidoras, conhecidas como Syndicates (Sindicatos). Estas organizações crescem e começam a distribuir quadrinhos no mercado editorial mundial, cuidando ainda, da apresentação e divulgação do produto, de forma adequada e atraente ao público alvo (merchandising). O lucro destas organizações está na variedade de estilos e na grande quantidade de trabalhos negociados. Por outro lado, sufocam aqueles artistas que devido à censura, ou outro fator qualquer, não fazem parte do seu grupo. Um dos primeiros personagens divulgados internacionalmente pelos Syndicates foi Pafúncio, criado por George MacManus e desenhado em rico estilo Art Déco.
Pafúncio e seu criador George MacManus |
O cartunista brasileiro Henfil, concorreu com cerca de dois mil desenhistas e conseguiu se infiltrar nestas organizações. Publicou para importantes jornais americanos, Fradim, que lá eram chamados de Os Monges Doidos (The Mad Monks). Acontece que o humor sádico de Henfil fez com seu contrato fosse cancelado em pouco tempo.
Fradim - Henfil (Imagens: Pinterest) |
A crise financeira iniciada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, faz com que as pessoas queiram saborear novas realidades, como uma fuga para situação crítica que estavam vivenciando. Este contexto indica a necessidade da criação de novos mitos, e o gênero de aventura ganha força entre os leitores. As narrativas de aventura mostram toda a sua força na selva, através das histórias do Tarzan, na ficção científica, com Flash Gordon e em épocas remotas, com as aventuras medievais do Príncipe Valente.
Tarzan surge nos quadrinhos através da arte de dois grandes mestres, Hal Foster e o incrível Burne Hogarth.
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest) |
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest) |
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest) |
O artista Alex Raymond nos apresenta em Flash Gordon, heroínas muito avançadas para seu tempo, e seus personagens pareciam sair das telas dos cinemas.
Flash Gordon (Imagem: Pinterest) |
Flash Gordon (Imagem: Pinterest) |
Flash Gordon (Imagem: Pinterest) |
A arte de H. Foster enriquece as HQs do Príncipe Valente. O artista nos apresenta cenários majestosos, de onde surgem dragões, princesas e cavaleiros, em meio a combates de tirar o fôlego.
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest) |
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest) |
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest) |
O texto presente neste post é um resumo do material contido no capítulo: Desvendando a Nona Arte, que é parte integrante do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Educando Através da Estética dos Quadrinhos. Para ter acesso ao material completo é só clicar no link abaixo.
Educando Através da Estética dos Quadrinhos
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