terça-feira, 27 de outubro de 2020

A HISTORIA DOS QUADRINHOS PELO MUNDO (Parte 1)

O FANTÁSTICO UNIVERSO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Fotografia original: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Alteração digital: Luiz Alberto

Acontecimentos narrados de forma sequencial, utilizando desenhos, ocorrem desde a pré-história. Os homens das cavernas produziam suas artes rupestres relatando suas vivências. Posteriormente, vários foram os meios utilizados pelos seres humanos para contar histórias sequenciais, como mosaicos, afrescos, tapeçarias entre outras tantas.

Tapeçaria de Bayeux, produzida no século XI, é um imenso tapete bordado. Nele estão descritos, através de uma narrativa visual sequencial, a conquista normanda da Inglaterra no ano de 1066, por Guilherme II da Normandia. A obra descreve a Batalha de Hastings e muitos outros detalhes da vida cotidiana da época, como vestuário, castelos, navios e condições de vida. Dessa forma, além do valor artístico, a peça tem valor documental inestimável acerca do século XI na Inglaterra e Normandia. Agora eu te pergunto... Podemos considerar esta tapeçaria como a bisavó das HQs contemporâneas? 

Tapeçaria de Bayeux: a Batalha de Hastings (1066)
Imagem: Pinterest

Foi convencionado como marco inicial dos quadrinhos, o personagem Yellow Kid (Menino Amarelo), criado em 1894, pelo norte americano Richard F. Outcault. Este personagem foi o primeiro impresso em cores e o pioneiro a utilizar balões para transmitir a ideia de fala, dando mais dinamismo aos quadrinhos.

Yellow Kid - Richard Felton Outcault (Imagem: Pinterest)

Novos autores e desenhistas surgiram, em meio a uma verdadeira explosão editorial, fato que culminou na criação de diversos novos personagens.

Rodolph Dirks, alemão radicado nos EUA, inovou o universo das HQs ao utilizar sinais gráficos e onomatopeias através dos seus personagens, Os Sobrinhos do Capitão (The Katzenjammer Kids).

Os Sobrinhos do Capitão - Rodolph Dirks (Imagem: Pinterest)

Winsor MacCay é o responsável pela criação de outro importante personagem, na construção histórica dos quadrinhos, Little Nemo in Slumberland (O Pequeno Nemo no País dos Sonhos), de 1905. Os desenhos de Winsor MacCay são produzidos no estilo artístico em alta naquele momento histórico, a Art Nouveau, elevando os quadrinhos ao patamar de arte.

Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)

O ano de 1907 marca o surgimento da primeira tira diária, Mutt e Jeff, de Bud Fisher. A partir deste momento, os quadrinhos deixam de existir apenas nos suplementos dominicais e passam a integrar de forma cotidiana as páginas internas dos jornais.

Mutt e Jeff - Bud Fisher (Imagem: Wikipédia)

As tirinhas alteram a estrutura dos quadrinhos, pois seus autores devem passar uma ideia em no máximo cinco quadrinhos, diferente dos suplementos dominicais, onde as histórias eram impressas em sua totalidade. Posteriormente surgiram as tiras seriadas, onde as histórias principais eram apresentadas em forma de capítulos, como numa novela ou série. A inovação nestas tiras era o fato de deixar sempre no último quadrinho, o suspense que despertaria no leitor o desejo de comprar o jornal do dia seguinte e acompanhar o desfecho da trama.

As HQs atingiram status de Pop Art (arte popular) devido a grande difusão realizada pelas agências distribuidoras, conhecidas como Syndicates (Sindicatos). Estas organizações crescem e começam a distribuir quadrinhos no mercado editorial mundial, cuidando ainda, da apresentação e divulgação do produto, de forma adequada e atraente ao público alvo (merchandising). O lucro destas organizações está na variedade de estilos e na grande quantidade de trabalhos negociados. Por outro lado, sufocam aqueles artistas que devido à censura, ou outro fator qualquer, não fazem parte do seu grupo. Um dos primeiros personagens divulgados internacionalmente pelos Syndicates foi Pafúncio, criado por George MacManus e desenhado em rico estilo Art Déco.

Pafúncio e seu criador George MacManus 

O cartunista brasileiro Henfil, concorreu com cerca de dois mil desenhistas e conseguiu se infiltrar nestas organizações. Publicou para importantes jornais americanos, Fradim, que lá eram chamados de Os Monges Doidos (The Mad Monks). Acontece que o humor sádico de Henfil fez com seu contrato fosse cancelado em pouco tempo.

Fradim - Henfil (Imagens: Pinterest)

A crise financeira iniciada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, faz com que as pessoas queiram saborear novas realidades, como uma fuga para situação crítica que estavam vivenciando. Este contexto indica a necessidade da criação de novos mitos, e o gênero de aventura ganha força entre os leitores. As narrativas de aventura mostram toda a sua força na selva, através das histórias do Tarzan, na ficção científica, com Flash Gordon e em épocas remotas, com as aventuras medievais do Príncipe Valente.

Tarzan surge nos quadrinhos através da arte de dois grandes mestres, Hal Foster e o incrível Burne Hogarth.

Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest)
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest)
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest)

O artista Alex Raymond nos apresenta em Flash Gordon, heroínas muito avançadas para seu tempo, e seus personagens pareciam sair das telas dos cinemas.

Flash Gordon (Imagem: Pinterest)
Flash Gordon (Imagem: Pinterest)
Flash Gordon (Imagem: Pinterest)

A arte de H. Foster enriquece as HQs do Príncipe Valente. O artista nos apresenta cenários majestosos, de onde surgem dragões, princesas e cavaleiros, em meio a combates de tirar o fôlego.

Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest)
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest)
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest)

O texto presente neste post é um resumo do material contido no capítulo: Desvendando a Nona Arte, que é parte integrante do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Educando Através da Estética dos Quadrinhos. Para ter acesso ao material completo é só clicar no link abaixo.

Educando Através da Estética dos Quadrinhos

AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS... PESQUISE

Dentro das metodologias ativas, é importante que os alunos saibam utilizar as TDICs (tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), e aprendam a pesquisar. Portanto, pesquise na internet, de forma mais profunda, alguns temas citados neste post, como Arte Rupestre, Mosaicos, Afrescos, Tapeçarias, Art Nouveau, Pop Art e a Art Déco.

MATERIAL RELACIONADO - Pesquise no Blog

Postagem sobre a POP ART


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Agora escolha uma das atividades e mãos à obra

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 01

Para nossa primeira atividade, proponho a realização de uma releitura de algum dos personagens apresentadas aqui no blog. Você pode utilizar uma das imagens presentes nesta postagem, ou se preferir, pode pesquisar na internet ou em livros, outras imagens que contenham os mesmos personagens. O que você acha de fazer uma releitura do Yellow Kid (Menino Amarelo)... Que tal fazer um Red Kid (Menino Vermelho) ou quem sabe, uma Pink Girl (Menina Rosa). Você pode se inspirar ainda, nas travessuras dos Sobrinhos do Capitão. Que traquinagem sua pode virar um desenho?

Lembre-se de que Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... A escolha é sua!

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 02

Você costuma ter sonhos? Lembra de algum? Alguém próximo de você lembra de algum sonho? Para nossa segunda atividade, proponho a realização de uma releitura do trabalho de Winsor MacCayLittle Nemo in Slumberland (O Pequeno Nemo no País dos Sonhos). Neste trabalho, você vai substituir o Pequeno Nemo. Sua obra deve ser realizada a partir de um sonho, tendo como inspiração o fantástico Little Nemo in Slumberland.

Já sabe né? Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... Você escolhe!
Livro - Eric Shanower  (Autor) Gabriel Rodriguez (Ilustrador)
ganhador do prêmio Eisner de melhor série limitada (2015)
e capa do DVD lançado em 2004

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 03

Chegou a hora dos heróis... Vamos fazer nesta atividade a releitura de um dos heróis apresentados neste post, Tarzan - O Rei as Selvas, o herói espacial Flash Gordon ou o herói medieval Príncipe Valente. Escolha uma das obras apresentadas acima e realize sua releitura. Se preferir, pesquise outras imagens destes personagens, na internet ou em livros, para realizar sua obra. 

Só para não dizer que não falei... Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... Mãos à obra!!!

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 04

Agora, vamos colorir um desenho que represente uma das obras apresentadas nesta postagem. Escolha uma delas, imprima e pinte. Se preferir, pode fazer um desenho a partir da observação das obras aqui apresentadas e então, pintar seu desenho.





PROPOSTA PARA ATIVIDADE 05

Você percebeu que o Yellow Kid sempre traz frases em sua roupa? Pense em uma frase motivadora, ou que trate da amizade, do respeito ao próximo, que fale sobre ecologia ou sobre a intolerância, sobre o preconceito ou sobre o amor... Como diria Henfil "Indigne-se" seja crítico... Personalize o trabalho.

Para esta atividade, você pode imprimir o desenho postado logo abaixo ou se preferir, desenhar um similar. 
Releitura da Imagem constante em https://www.dailycartoonist.com

OBJETIVOS

Ampliar o repertório cultural dos educandos.
Ampliar o repertório visual dos educandos.
Apreciar trabalhos de HQs.
Conhecer artistas dos quadrinhos.
Desenvolver conceitos relacionados aos quadrinhos.
Desenvolver trabalhos artísticos através da estética das HQs.
Conhecer e entender as diferentes possibilidades expressivas através das HQs.
Trabalhar a expressividade através dos quadrinhos.
Trabalhar a técnica do desenho.
Trabalhar a técnica da pintura.
Desenvolver trabalho de pesquisa através das TDIC.
Estimular pesquisas qualitativas aos educandos.

BIBLIOGRAFIA

LUYTEN, Sonia M. Bibe. O QUE É HISTÓRIA EM QUADRINHOS. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tape%C3%A7aria_de_Bayeux. Acesso em 26/10/2020.

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