Uma matéria publicada no Jornal da USP revela que a união da arte e da ciência é essencial para o saber. Os pesquisadores concluíram que a arte desenvolve a cognição e aumenta a capacidade de raciocinar imagens científicas.
A matéria informa também, que uma pesquisa realizada por dez anos nos EUA, demonstrou que alunos que haviam tido contato com uma das linguagens de arte no currículo escolar, receberam as melhores notas no teste SAT (equivalente ao ENEN, no Brasil). Desde então, a arte é vista como uma forma de estimular a cognição.
A professora Ana Mae Barbosa cita o trabalho do professor James Caterral, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que faz pesquisas sobre arte e neurociência. “Seus estudos comprovaram que a arte desenvolve a cognição do indivíduo em várias áreas do conhecimento”, afirma a professora.
Ana Mae nos informa que, “Segundo as pesquisas de Caterral, o estudo da arte desenvolve a capacidade de raciocinar sobre imagens científicas, melhora a capacidade de interpretação de textos e inter-relacionamento de diferentes textos e aumenta a qualidade da organização da escrita”.
Imagens ensinam conceitos da física de forma artística Espalhamento de luz. Foto: Jornal da USP - Adriana P. B. Tufaile |
Ana Mae nos diz ainda, que nos anos 70, também nos Estados Unidos, foi desenvolvida a metodologia conhecida como STEM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, que prioriza o ensino dessas áreas nas escolas secundárias do país. Depois de décadas de aplicação dessa metodologia, constatou-se, porém, segundo Ana Mae, que os resultados não foram os esperados.
Em razão desse insucesso, a pesquisadora norte-americana, Georgette Yakman, desenvolveu a metodologia STEAM, sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática. Segundo Ana Mae, essa mudança estimulou os processos de criação e resultou numa melhora significativa na aprendizagem. “Não há ciência sem imaginação nem arte sem fatos”, resume Ana Mae, citando uma frase do escritor russo Vladimir Nabokov (1899-1977).
Um exemplo de genialidade que uniu o estudo conjunto de arte e ciência foi Leonardo da Vinci (1452 - 1519). Marcos Fabris, doutor pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP nos diz que “Artista e cientista, Da Vinci não restringiu suas investigações a demarcações rígidas entre engenharia, matemática, anatomia, pintura, botânica, poesia ou música”.
Fenômeno óptico fotografado por físicos da USP Halo Solar. Foto: Jornal da USP - Adriana P. B. Tufaile |
Outro exemplo de Fabris vem através das obras dos pintores franceses, Georges Seurat (1859-1891) e Paul Signac (1863-1935), citando que os artistas já incorporavam o produto das investigações científicas no campo da produção artística. “Os neoimpressionistas usaram as descobertas ligadas às teorias da cor e dos princípios de contrastes simultâneos para, artisticamente, investigar a sociedade do período”.
Para Fabris, arte e ciência fazem uma parceria presente em nosso cotidiano, através da fotografia. “A fotografia é a junção das forças produtivas da física, da química e das artes visuais”, exemplifica, lembrando que, literalmente, fotografar significa “desenhar com a luz”.
“Todo trabalho que insiste na separação entre as diversas áreas do conhecimento produz ignorância em escala industrial”, enfatiza Fabris.
Imagens obtidas em laboratório que inspiram obras de arte Lucy in the sky. Foto: Jornal da USP - Adriana P. B. Tufaile |
O físico Mario Schenberg (1914-1990) considerava de alta relevância o elemento intuitivo na descoberta científica e na criação artística, afirma a pesquisadora Alecsandra Matias de Oliveira, curadora do MAC e autora do livro "Schenberg – Crítica e Criação", lançado em 2011 pela Editora da USP (Edusp).
Conceitos da física que se aproximam da arte Círculo Parlasérico. Foto: Jornal da USP - Adriana Tufaile |
Atualmente, cientistas da USP seguem as ideias de Schenberg e exploram as possibilidades abertas por pesquisas que unem arte e ciência. O casal de professores Adriana Pedrosa Biscaia Tufaile e Alberto Tufaile, ambos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, transformam os fenômenos ópticos e de percepção visual em imagens que surpreendem o espectador, criando uma forma original e artística, de apresentar para o público em geral fenômenos da física, de difícil compreensão.
A realidade invisível revelada de modo artístico Laser de Hórus. Foto: Jornal da USP - Alberto Tufaile |
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CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO
O funcionamento da Câmara Escura de Orifício é de natureza física, sendo que, através dela podemos comprovar um dos princípios da óptica geométrica: O princípio da propagação retilínea da luz.
A Câmara Escura é uma caixa com cinco de suas faces opacas e pretas, possuindo em uma delas, um pequeno orifício pelo qual a luz irá atravessar de forma retilínea. A luz será então, projetada na única face branca da parte interna caixa, que se apresenta do lado oposto ao orifício. A luz projetada para dentro da câmara irá criar uma imagem invertida daquilo que está do lado de fora da caixa. Vejamos nas imagens abaixo.
A imagem projetada na parede da câmara pode ser vista por um observador externo, desde que essa parede seja feita, por exemplo, de papel vegetal. A imagem pode ser registrada internamente, inserindo material fotossensível na parede onde a imagem será refletida, como um filme fotográfico ou um papel fotográfico (materiais usados para a captura de imagens nas câmeras analógicas). Por este motivo, a câmara escura de orifício, é por vezes chamada de câmara fotográfica rudimentar. Podemos dizer então, que historicamente, a captação e o registro de imagens, assim como a criação das máquinas fotográficas, foram possíveis somente após a criação da câmara escura de orifício.
As primeiras câmeras fotográficas eram basicamente câmaras escuras com lentes acopladas em seu orifício |
Máquina Fotográfica Analógica e Rolo de Filme Foto: Fábio Ardito |
Em nosso projeto, na EM Benedito Laporte (2018), os estudantes utilizaram um celular dentro da Câmara Escura para fotografar as imagens que eram refletidas em seu interior.
Dentro da Câmara Escura - EM Benedito Laporte Originalmente a imagem estava de ponta cabeça |
Existem relatos da utilização da câmara escura por Aristóteles (384 a.C.– 322 a.C.), para observações astronômicas, e durante a Idade Média, esse tipo de aparato óptico teria sido utilizado por diversos artistas para a produção de retratos e pinturas de paisagens estáticas. No Renascimento, Leonardo Da Vinci (1452 - 1519) escreveu sobre este mecanismo de captura de imagens.
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Sebastião Salgado |
Sebastião Salgado (Minas Gerais, 1944). Doutor em economia. Trabalhou entre 1971 e 1973 para a Organização Internacional do Café, em Londres. Durante uma viagem à África, na qual coordena um projeto sobre a cultura do café em Angola, decide tornar-se fotógrafo... Para ampliar seus conhecimentos pesquise mais...
Dentro das metodologias ativas, é importante que os alunos saibam utilizar as TDICs (tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), e aprendam a pesquisar. Portanto, pesquise na internet sobre o tema abordado e amplie seus conhecimentos sobre os assuntos e tratados aqui.
O MUNDO PELA JANELA
A complexa questão mundial da pandemia do Corona Vírus evidenciou a importância da produção científica na atualidade. Em meio a grave situação, é consenso na comunidade científica que as gotículas expelidas quando se fala e espirra são o maior meio de transmissão da Covid-19. Por isso, é fundamental a obrigatoriedade do uso de máscaras, assim como, a prática de tossir e falar adequadamente “etiqueta respiratória”, além do isolamento social.
A situação é pior para os segmentos mais carentes da sociedade, devido aos fatores de desigualdade social, falta de saneamento básico adequado e aspectos econômicos, refletindo também a desatenção com a saúde pública no Brasil, fator que necessita ser corrigido o mais rápido possível.
Neste contexto, praticamente trancados dentro de casa, passamos a observar o mundo pelas janelas...
Janela de casa (2020) Foto com filtro: João Marcos (11 anos) |
As moléstias, que cada vez mais se tornaram frequentes, são destaque na música “O pulso”, de Marcelo Fromer, Tony Belloto e Arnaldo Antunes, do grupo de rock Titãs. A música foi lançada há trinta anos (1990) e a pergunta que fica é a seguinte: A música O Pulso continua atual? ou é o Brasil que não melhorou o quanto devia? Vale a pena ouvir e analisar a música como uma forma de crítica social.
https://jornal.usp.br/atualidades/pandemia-possui-lacunas-importantes-a-serem-desvendadas. Acesso em 10/08/2020.
https://jornal.usp.br/artigos/comunicacao-nos-tempos-da-pandemia. Acesso em 10/08/2020.
https://jornal.usp.br/cultura/uniao-de-arte-e-ciencia-e-essencial-para-o-saber-dizem-pesquisadores. Acesso em 10/08/2020.
https://www.todoestudo.com.br/fisica/camara-escura. Acesso em 10/08/2020.
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/camara-escura-orificio.htm. Acesso em 10/08/2020.
https://alunosonline.uol.com.br/fisica/camara-escura-orificio.html. Acesso em 10/08/2020.
https://www.infoescola.com/fotografia/camara-escura. Acesso em 10/08/2020.
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