terça-feira, 9 de junho de 2020

ARTE NAÏF


Festa de São JoãoArte Naïf de Nerival Rodrigues
Acervo permanente do MIAN (Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil)

Leia a matéria até o final e veja a atividade proposta.

A Arte Naïf, do francês, arte ingênua, tem origem no final do século XIX, em uma exposição de Henri Rousseau, no Salon des Indépendants, em Paris. Outro nome utilizado para descrever este estilo é arte primitiva, porém, tal definição carrega problemas conceituais e é desatualizada.

No século XIX o termo “Arte Primitiva” era usado para definir a arte realizada antes do Renascimento. A expressão foi utilizada também para diferenciar a sociedade europeia da época, em relação às culturas consideradas menos civilizadas ou antigas, e posteriormente, passou a incluir em seu significado a arte de culturas ancestrais anteriores a qualquer civilização.

O termo primitivismo é muitas vezes aplicado ao artista profissional que trabalha no estilo Naïf. Muitas vezes estes artistas são chamados também de primitivos modernos.

A Arte Naïf é uma arte popular, natural, espontânea e autêntica, que na maioria das vezes é obra daqueles que não tem formação acadêmica sistemática. O termo naïf é apropriado ao explorar fatores éticos e estéticos das obras produzidas nesta vertente artística. Alguns, no entanto, acreditam que o termo é pejorativo, por dar a impressão de que os trabalhos neste estilo são feitos de forma desajeitada e amadora. Na realidade, a Arte naïf nos apresenta um artista humanista, que num sentido amplo, significa dizer que, o produtor do artefato artístico valoriza em sua obra, o ser humano e a condição humana acima de tudo. O trabalho autodidata, as temáticas escolhidas para serem retratadas e a natureza instintiva de suas obras, dão similaridade ao grupo e são qualidades essenciais da Arte Naïf. Dentro de uma poética pictórica, o artista seleciona elementos da tradição popular para compor sua obra.

Esculturas Naïf em barro - Coleção particular

Obviamente a Arte Naïf não foi um privilégio europeu, surgindo artistas Naïf nos Estados Unidos, Oriente Médio, América Latina e Oriente. No Brasil, a arte Naïf passou a ser valorizada após o Movimento Modernista, que evidenciava o gosto por tudo o que era genuinamente nacional.

MUSEU INTERNACIONAL DE ARTE NAÏF DO BRASIL


ARTISTAS NAÏF PELO MUNDO

França
Henri Rousseau (1844 Laval – 1910 Paris) - Considerado o primeiro artista naïf

Louis Vivin (1861 Hadol – 1936 Paris)

Séraphine Louis 1864 Arsy – 1942 Clérmont)

Dominique Peyronnet (1872 Talence – 1943 Paris)

André Bauchant (1873 Château-Renault – 1958 Montoire)

Camille Bombois (1883 Venarey-Les-Laumes – 1970 Paris)

Espanha
Miguel García Vivancos (1895 Mazarrón – 1972 Córdoba)

Itália
Orneore Metelli (1872 – 1938 Terni)

Estados Unidos da América
Edward Hicks (1780 Langhorne – 1849 Newtown)

Morris Hirshfield (1872 Polônia – 1945 Nova York)

Geórgia
Niko Pirosmani (1862 Kakheti – 1918 Tbilisi)

Polônia
Nikifor Krylov (1895 – 1968 Krynica Wiés)

Croácia
Ivan Generalic (1914 Hlebine – 1992 Koprivnica)

UM PEQUENO RECORTE DA ARTE NAÏF NO BRASIL

Feira  Nordestina retratada por Rosângela Borges

Uma festa popular retratada por Emídio de Souza

Antônio Poteiro (1925 Braga –2010 Goiânia) Enciclopédia Itaú Cultural
 
Soltando pipa na favela - Antônio Poteiro

Escultura de Antônio Poteiro

 
Wilma Ramos - feira livre (2005). Acervo da família ramos. Fotografia: Enzo Ferrara.

Heitor dos Prazeres (1898 – 1966 Rio de Janeiro) Enciclopédia Itaú Cultural
Festa de São João - Heitor dos prazeres

Mestre Vitalino (1909 – 1963 Caruaru) Enciclopédia Itaú Cultural
 Estação de Rádio PRA8 - Mestre Vitalino - Reprodução fotográfica Rodrigo Lopes

Djanira (1914 Avaré – 1979 Rio de Janeiro) Enciclopédia Itaú Cultural
Mercado de Peixe (1957) - Djanira  - Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural

Nerival Rodrigues (1951 Mogi das Cruzes) Enciclopédia Itaú Cultural
 
A pintura mostra uma típica Festa Junina - Arte de Nerival Rodrigues

Militão dos Santos (1956 Caruaru) Militão dos Santos 
Festa Junina - Militão dos Santos 


NERIVAL RODRIGUES

O artista plástico de Mogi das Cruzes já realizou mais de 6 mil telas com imagens tipicamente nacionais, sendo que aproximadamente 2500 estão no exterior. Sua obra é bastante reconhecida nos EUA, Alemanha e Japão.

Nerival nasceu em 1953, em Garanhuns-PE e trabalhou até os 16 anos na lavoura. No início dos anos 1960, emigrou para São Paulo e em 1968 pintou seu primeiro quadro a óleo, ao observar a destruição do bosque do Parque D. Pedro. Entre 1971 e 1982, trabalhou em algumas empresas e mesmo desempregado, trabalhando como pedreiro, não desistiu da sua arte. Em 1973 expôs na Praça da República e entre 1982 e 1986, passou por uma fase cubista.

O brilhante artista é admirador do francês Henri Rousseau, o pai dos Naïfs, de Picasso, Van Gogh e do brasileiro Portinari. Cores vivas e a preservação da natureza são as marcas registradas da obra de Nerival Rodrigues, que expõe em suas telas as paisagens sertanejas, festas na roça, cenas caipiras e de colheita.

Na década de 1990, Nerival Rodrigues pintou o mural "A liberdade Questionada", para o Centro de Estudos Gerais da Universidade Nacional de Costa Rica, fundada por intelectuais do porte de Paulo Freire e Darcy Ribeiro.

Uma das mais importantes realizações de sua carreira foi realizada em 2005, no Centro de Negócios de São Paulo (Cenep) onde produziu o painel Primícias da Vida, obra com 6 metros de altura e 22 metros de comprimento, tendo como temática a alimentação da humanidade.

PROPOSTA DE ATIVIDADE - ARTES VISUAIS

Com base no que foi visto e estudado até aqui sobre a Arte Naïf, vamos realizar a releitura de uma obra de Nerival Rodrigues.

Dentro de uma metodologia ativa, é importante que os alunos saibam utilizar as TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), e aprendam a pesquisar. Assim, pesquise na internet, imagens de obras de arte de Nerival Rodrigues para apreciação e inspiração, e escolha uma das obras para o trabalho de releitura.

A arte pode ser feita com lápis, canetinhas, giz ou qualquer outro material... A escolha é livre! O importante é lembrar que na releitura o(a) estudante vai reconstruir a obra realizando alterações, incluindo objetos do seu convívio, alterando cores e outros detalhes. Em obras muito complexas o aluno pode fazer uma releitura a partir de um “pedaço” da obra (não precisa desenhar tudo o que é observado). Pode e deve colocar na obra aquilo que tem sentido para sua vida... E o mais importante de tudo é lembrar que Releitura não é cópia. Bora fazer arte?

Me sigam no

OBJETIVO

Ampliar o repertório Cultural.
Conhecer a Arte Naïf.
Conhecer artistas Naïf
Realizar pesquisas.
Desenvolver a criatividade.

BIBLIOGRAFIA

COLEÇÃO FOLHA O MUNDO DA ARTE:TRANJAN, Carlos (Ed.). Arte Naïf. São Paulo: Publifolha Editora Ltda, 2017

https://www.youtube.com/watch?v=i3QBbwpr49c

https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/arte-naif/ 

https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-20/arte-naif/

https://enciclopedia.itaucultural.org.br

https://www.guiadasartes.com.br/nerival-rodrigues/obras-e-biografia

https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/blank-cs6n0

https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/blank-o22cx

https://enzoferrara75.wixsite.com/olhosnaifs/blank-mfjhc


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