Divulgação da Exposição ETNOS - Faces da Diversidade. Fotografia: Carol Quintanilha
Leia a matéria até o final e veja a atividade proposta.
Dentro
dos museus, as máscaras se tornaram objetos de contemplação que nos levam a
reconhecer a diversidade cultural de diferentes etnias. As máscaras sempre auxiliaram
o ser humano a desempenhar diferentes atividades e facilitaram a experimentação
de outro estado de consciência, de espírito e de poder, validado pelo grupo
social.
Nos
quatro cantos do mundo, em diferentes épocas, culturas e contextos sociais, as
máscaras carregam múltiplas formas estéticas e sentidos, servindo a diferentes
funções, podendo ser elemento de valorização ou desvalorização.
Considerada
na antiguidade e em diferentes culturas, objeto imprescindível para a
concretização de cerimônias, podemos considerar que a utilização mais frequente
da máscara seja a de cumprir funções ritualísticas. Dentro destas múltiplas
finalidades, podemos citar o uso de máscaras em rituais de cura, rituais de
iniciação, rituais espirituais, rituais de magia, rituais religiosos, rituais
fúnebres, entre outros. O uso de características simbólicas é visto em tribos
do Alaska, que acreditavam em uma vida dupla do ser, uma humana e outra animal.
No
atual momento, as máscaras mais usadas, devido à pandemia do COVID-19 são
aquelas com a função de proteção, impedindo a inalação do vírus e também de
bactérias. Este tipo de uso das máscaras tem origem no Século XVII, com a Máscara
do Fato da Peste Negra.
Quando
o homem começou a utilizar materiais tóxicos teve início o desenvolvimento das Máscaras
de Gás. Este tipo de máscara de proteção foi amplamente usada na Primeira e
Segunda Guerra Mundial.
O
uso das máscaras em festividades no ocidente foi iniciado pelos gregos, em suas
festividades que homenageavam Dionísio, divindade responsável pelo vinho e
pelos rituais de fertilidade. Sua utilização como brinquedos infantis, em bailes
e outras festas surgem na América com a chegada dos europeus. Atualmente elas são utilizadas em festas
tradicionais, como o Carnaval e o Halloween.
As
máscaras também podem ser usadas em performances de entretenimento, como ocorre
no Japão, com a Máscara de Ranryo, do Teatro Bugaku. Assim como, para dar maior
ludicidade aos contos narrados pelos Contadores de Histórias.
As
máscaras são usadas em determinadas práticas profissionais, como a do
apicultor, para se proteger das picadas de abelhas e até mesmo em certos
esportes, caso da esgrima, também como objeto de proteção.
Pode
ocorrer ainda, que determinada máscara, perca sua função inicial, mas continue
sendo utilizada pelo grupo que a criou, tornando-se patrimônio deste povo.
Neste aspecto, a Máscara do Géledé, utilizada originalmente em uma sociedade
secreta feminina de caráter religioso, se tornou parte integrante de uma
festividade dos povos Yoruba (Nigéria) que conquistaram estatuto de Patrimônio
Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO.
Na
cultura brasileira podemos encontrar a utilização de máscaras em várias
festividades, como o Folguedo do Boi de Máscara em São Caetano de Odivelas/PA, na
Folia de Reis, festividade presente em vários estados, sendo especialmente
comemorada em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Paraná,
Rio Grande do Norte, e nas cavalhadas da Festa do Divino Espírito Santo em
Pirenópolis/Go.
MÁSCARAS AFRICANAS
MÁSCARAS AFRICANAS
A máscara africana tem função religiosa e social, devendo ser vista como parte de um traje cerimonial. Ela representa espíritos ancestrais, o feminino e o masculino, as forças da natureza, combinando características humanas e de animais. Tal fusão tem por finalidade unir forças e este vínculo com a natureza é extremamente importante para o africano.
Os padrões pintados ou esculpidos são elementos expressivos de grande poder e importância dentro da cultura negra. Muitos dos padrões são geométricos e simétricos e podem distinguir o feminino do masculino, ou ainda, indicar status social ou poderes mágicos e religiosos.
Na confecção das máscaras diferentes elementos compõe a estética visual, onde uma composição formal indica integridade e dignidade, um acabamento altamente polido representa uma pele jovem e saudável, refletindo a ideia de beleza e virtude, e uma superfície suja e áspera pode sugerir medo e o mal.
O processo de fabricação das máscaras pode ser aprendido como um aprendiz em uma oficina ou passadas de pai para filho através de várias gerações. Estas verdadeiras obras de arte africanas são produzidas com diferentes tipos de materiais, como madeira, bronze, cobre, marfim, terracota e cerâmica, e são decoradas com conchas de búzios, contas coloridas, ossos, peles de animais e fibras vegetais.
QUAL A RELAÇÃO DE PABLO PICASSO COM AS MÁSCARAS AFRICANAS?
Pablo Picasso, um dos maiores artistas de todos os tempos, começou a desenvolver o estilo cubista a partir de visitas feitas a uma exposição de arte africana, realizada em 1905 no Museu do Homem de Paris. O impacto da arte negra em sua obra pode ser observado na tela Les Demoiselle d'Avignon, produzida em 1907 pelo artista, na qual podemos perceber em duas figuras da direita, a nítida semelhança com as máscaras africanas da cultura Fang, apresentadas abaixo. As simplificações das formas existentes nas máscaras africanas tornaram-se referência e inspiração para o artista espanhol. Essa nova estética não tem nenhum compromisso com a realidade e derruba a harmonia clássica das figuras.
Pablo Picasso - Les Demoiselle d'Avignon (1907)
Máscaras Africanas da Cultura Fang
MÁSCARAS AFRICANAS - MWANA AFRIKA OFICINA CULTURAL
AFRICAN MASKS
LEI Nº 11.645, DE 10 DE MARÇO DE 2008
Estabelece diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".
PROPOSTA DE ATIVIDADE - MÁSCARAS AFRICANAS
Com base no que foi visto e estudado até aqui, crie uma máscara Africana decorada com os grafismos de sua preferência e colorida conforme seu gosto pessoal. A sua arte pode ser feita com lápis, canetinhas, giz ou qualquer outro material... A escolha é sua!
Da mesma forma que os africanos decoram as máscaras com conchas de búzios e outros elementos, você também pode decorar sua máscara, colando "coisas" que você tem em casa, como bolinhas de papel, sementes, botões, folhas de árvore... "Bora fazer arte?"
REFERÊNCIAS
As imagens postadas logo abaixo podem ser impressas para serem coloridas e decoradas pelos estudantes. Podem servir de inspiração e serem totalmente redesenhadas pela própria criança em uma releitura, usando formas e detalhes da preferência da criança, e sem nenhuma necessidade de ficar igual... Afinal, releitura não é cópia.
OBJETIVO
Ampliar o repertório Cultural.
Conhecer a arte das máscaras.
Trabalhar a arte negra.
Desenvolver a criatividade.
BIBLIOGRAFIA
http://www.turismo-sa.com/dicas/4865/farol-santander-tem-nova-exposicao-etnos-faces-da-diversidade
https://catracalivre.com.br/agenda/etnos-faces-da-diversidade-exposicao-farol-santander-sp/ acesso em 02/06/2020
https://www.ummundodemascaras.com/ acesso em 02/06/2020
https://www.infoescola.com/artes/historia-das-mascaras/#:~:text=Os%20nativos%20brasileiros%2C%20em%20suas,cura%2C%20para%20expulsar%20entidades%20negativas%2C acesso em 02/06/2020
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/influencia-afro-a-arte-africana-e-o-cubismo.htm acesso em 02/06/2020
https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/21236/13820 acesso em 02/06/2020
https://ensinarhistoriajoelza.com.br/mascaras-africanas-recortar-colorir/
https://rmirandas.wixsite.com/identidafrica/post/m%C3%A1scaras-africanas-cultura-dispon%C3%ADvel-para-download
https://www.youtube.com/watch?v=YEKRKcRfeLA
https://www.youtube.com/watch?v=Xld_kRCuGhY
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