segunda-feira, 15 de abril de 2013

A LÍNGUA DAS MARIPOSAS

“A Língua das Mariposas” mostra os efeitos do fascismo dentro da Espanha e expõe a guerra como fator degenerativo entre as relações humanas. O filme foi Indicado a 13 prêmios Goya, o Oscar espanhol, se sagrando vitorioso no item roteiro adaptado.

Espanha, 1935. Moncho, vivido por Manuel Lozano, é um garoto de sete anos que se prepara para defrontar o maior desafio de sua tenra vida, sua ida pela primeira vez a uma escola. Este é um momento difícil para o menino, principalmente por achar que o Professor poderá castigá-lo caso cometa algum erro ou engano. Diferente do que imaginava, o mestre Don Gregório, vivido por Fernando Fernán Gomes, torna-se uma felicíssima surpresa, já que se mostra sempre sereno, altivo e elegante. O Professor jamais utilizaria métodos agressivos com seus alunos, independentemente dos problemas que pudessem surgir, sendo este, um modo contrastante aos posicionamentos mais fortes e autoritários dos demais professores da sua época.

O filme tem seu foco na relação entre professor e aluno. O menino logo se apaixona pela escola e pela figura do Professor, que juntos constroem um forte laço de amizade e carinho. Don Gregorio passa aos alunos não somente teorias, ele os ensina novas posturas, respeito, sensibilidade e também sobre a importância de se ter e preservar ideais. Todos os alunos se encantam com as histórias contadas pelo velho mestre, principalmente “gorrión”, pardal em português, nome utilizado por Don Gregorio para o pequeno Moncho. O ápice do encantamento de Moncho, nas aulas, se dá por meio de algumas explicações do Professor sobre a natureza, que dentre outras, citava a existência da língua das mariposas. Posteriormente, os alunos puderam observar a realidade do fato narrado por Don Gregorio em uma de suas aulas dadas ao ar livre.

Paralelamente aos acontecimentos escolares, o menino acompanha as ocorrências cotidianas da tranquila cidade onde vive. Como a entrada de seu irmão Andrés como saxofonista da “Orquestra Azul”, que acabaria por lhes proporcionar uma bela excursão com a própria banda.

Aos poucos, o clima suave do filme é trocado pela apresentação do turbulento quadro social e político que definem a ascensão do fascismo na Espanha, na qual se aliaram a Igreja Católica e o Exército. Próximo ao final do filme, homens armados começam a prender aqueles cujo único erro fora seus posicionamentos políticos, divergentes do regime implantado. Isso trouxe a tona um clima de terror e medo, sendo uma situação totalmente contrária às lições de liberdade e amor ensinadas por Don Gregório. O Professor acaba por tornar-se também um dos detidos, protagonizando um momento de grande tristeza no filme. 

No final, para fugir de uma possível prisão, até mesmo os pais de Moncho que gostavam muito do Educador, fingiram repudia a ele. Seu pai, um Alfaiate republicano contrário ao regime que se instalara, teve que esbravejar e blasfemar contra Don Gregorio e os demais capturados, mesmo que em prantos, tanto por sua atitude contra tão honradas pessoas quanto pela recusa de seus princípios. A mãe de Moncho exige que ele faça o mesmo com seu amado professor e assim, seguindo a ordem materna, vai atrás do caminhão que leva a figura triste de Don Gregorio, esbravejando inicialmente, Ateu! Comunista! Mas em seguida, arrependido, pois não queria falar aquilo, sai correndo atrás do veículo com muitas lágrimas e grita “Tilonorrinco!” Nome de um pássaro australiano, e “Tromba espiral!” Que seria a língua das mariposas, ambos os termos aprendidos nas aulas de Don Gregorio, sugerindo que nunca esqueceria o tão amado Professor e o que lhe fora ensinado.

O filme é um ótimo referencial a futuros educadores assim como ao público em geral, sendo uma interessante e bonita abordagem sobre o tema “Educação” e a relação entre professor e aluno.  A fotografia do longa metragem é linda e somada à interpretação de Fernando Fernán Gómez, que é primorosa, torna o filme indispensável de ser visto. Outro ponto forte do vídeo é a demonstração de como um poder tirano e totalitário pode em pouco tempo destruir toda beleza de uma democracia e a vida de pessoas boas e honradas.

Não posso dizer que é há um ponto negativo no filme, em relação a sua dinâmica, atuação dos envolvidos ou outro item qualquer da produção. Negativo, mas totalmente verdadeiro é o problema vivido por Don Gregorio, que retrata no filme o triste final de muitas pessoas, caso dos torturados da “nossa” ditadura e de tantos outros pelo mundo afora, que apenas queriam poder pensar e expressar-se livremente.

Por fim, “A Língua das Mariposas” é um filme maravilhoso e indispensável de ser assistido, tanto para entretenimento quanto para uma possível análise e observação do papel de Educador perante a sociedade, servindo ainda para exames em torno de problemas político-sociais que envolvem as sociedades em geral, como a guerra, a ditadura brasileira e demais regimes políticos tiranos e totalitários. 

Fernando Fernán Gómez

O ator Fernando Fernán Gómez, professor Don Gregorio, morreu no dia 22 de novembro de 2007 aos 86 anos em Madri. Ator de cinema e teatro, escritor, roteirista e diretor, Goméz é considerado uma das figuras de destaque do cinema espanhol. Durante sua carreira atuou em quase 170 filmes. Como ator, trabalhou com os principais diretores espanhóis, como Pedro Almodóvar entre outros. Como diretor, filmou 27 longas metragens para o cinema e para a televisão. Foi agraciado com o prêmio Príncipe das Astúrias das Artes em 1995, os Nacionais de Cinema e Teatro, a Medalha de Ouro da Academia do Cinema, três prêmios Goya, sendo ainda eleito em 1998, membro da “Real Academia das Artes” da Espanha.


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Filmografia
  • José Luis Cuerda. A Língua das Mariposas. Espanha, 1999. 95 min.
Bibliografia Complementar

domingo, 7 de abril de 2013

O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

O relatório que irei disponibilizar agora aborda o filme “O Enigma de Kaspara Hauser” de 1974 com duração de 110 minutos.

As Palavras-chave deste texto são: Kaspar Hauser; Werner Herzog; Comportamento humano; Filosofia; Psicologia; Sociologia; Linguagem; Socialização; Aprendizagem; Durkheim; Fato social;

O título original do filme, traduzido em português seria “Cada Um Por Si E Deus Contra Todos”, mas fora lançado com o nome supracitado. O diretor Werner Herzog relata através do filme, que é baseado em fatos reais, a história de Kaspar Hauser, personagem interpretado por Bruno S., que nunca foi ator profissional e passou toda sua juventude em instituições para doentes mentais. Werner questiona em seu filme de maneira contundente a teoria da tabula rasa, base tanto do empirismo quanto do behaviorismo e vai a fundo na temática do comportamento humano e da sociedade, criando diversos focos de discussão, sejam do campo psicológico, sociológico ou filosófico. O longa metragem ganhou prêmio especial do júri em Cannes.

Resumidamente, o filme traz a história de um homem que após seu nascimento viveu preso em uma cela, onde permaneceu até o dia de Pentecostes do ano de 1828, quando fora deixado numa Praça de Noremberg, portando uma carta ao capitão da cidade. Além da carta, que explica parte de sua história, tinha um pequeno livro de orações e outros itens que indicavam uma provável descendência nobre. Supostamente com 15 anos, não sabia falar, andar e nem mesmo se comportar como um ser humano.
Kaspar Hauser, nome que lhe foi atribuído, não conseguia discernir entre realidade e sonho, não conhecia o medo, e nem entendia que uma maçã não tinha vida própria, fato este, relatado de forma divertida no filme.

Kaspar virou atração circense e depois foi morar com um senhor da cidade, sendo que nesta época consegue ascensão social e quase é adotado por um nobre, que acabou por desistir da ideia devido a seus modos rústicos. 
Kaspar Hauser escreveu em fevereiro de 1829 sua autobiografia e em Dezembro de 1833, fora assassinado nos jardins do palácio de Ansbach, com uma facada no peito. As circunstâncias, motivações e autoria do crime jamais foram esclarecidas, apesar da recompensa oferecida pelo rei Luís I da Baviera.

Em sua exumação descobriu-se anomalias no lóbulo esquerdo do fígado e no cérebro, o qual havia um maior desenvolvimento de tamanho do hemisfério direito em relação ao esquerdo e que teoricamente explicaria seus consideráveis avanços no campo da música e no aprendizado de tocar piano.

As anomalias encontradas em Kaspar Hauser foram apontadas como sendo as principais razões para sua estranha forma de ser, explicação esta, aceita por toda sociedade da época como resposta ao enigma. O filme termina com o escrivão da cidade feliz, por finalmente poder redigir sobre o assunto, tendo agora, um porque da existência de tão enigmático personagem.

O filme é muito interessante com vista no tema abordado. A caracterização dos personagens e a atuação de Bruno S., junto com a fotografia e música do filme são muito positivas, abrilhantando a composição do enredo e do clima sentimental da filmagem.  Também é positivo o fato do filme ter sido produzido de forma diferente dos longas metragens Hollywoodianos.

Como ponto negativo, posso dizer que o filme é muito melancólico. Há grandes pausas nas cenas tornando-as bastante lentas e um pouco cansativas. Ainda sim, é um filme que vale a pena ser assistido, para conhecimento e observação de tão curioso e intrigante fato social e humano, principalmente por futuros Psicólogos e Educadores, os quais atuam diretamente com diferentes tipos de pessoas e suas divergentes cargas psicológicas.





As imagens a seguir são trechos do filme que retratam diferentes épocas da vida de Kaspar Hauser. Seu cárcere, a época onde já estava socializado e os instantes finais do longa metragem e consequentemente da vida de Hauser.





  • Werner Herzog. O Enigma de Kaspar Hauser (Jeder für Sich und Gott Gegen Alle). Alemanha, 1974. 110 minutos.

Bibliografia Complementar

quinta-feira, 28 de março de 2013

GENERATION X

Dando seguimento as publicações de relatórios que realizei na universidade, vou postar um referente ao documentário que aborda o tema História em Quadrinhos, a nona arte. Nele, comento o vídeo intitulado “Geração X”, lançado em 2006 com duração de 68 minutos.

“Os X-Men são odiados, temidos e desprezados por toda a humanidade, apenas pelo fato de serem mutantes, portanto, o que temos aqui, intencionalmente ou não, é um livro sobre racismo, intolerância e preconceito”.

O documentário se inicia com esta frase do fantástico roteirista Chris Claremont, que em poucas palavras resume um dos problemas centrais da trama, que envolve o famoso grupo de heróis.

“Generation X” é um documentário sobre um dos maiores títulos da Marvel Comics, os X-Men e todo o universo que os envolve. O vídeo trata o tema de maneira restrita, focando apenas o material impresso, ou seja, as HQs publicadas, não contendo referências aos vários desenhos e filmes derivados da saga original.
O material foi produzido a partir de depoimentos, imagens e referências de grandes artistas, roteiristas e editores envolvidos de alguma maneira com a criação e execução dos projetos gráficos. Os depoimentos são repletos de relatos sobre grandes fazes pelo qual o incrível grupo de heróis passou desde sua criação em 1963, pelas mãos de Jack Kirby e Stan Lee, que criam além dos X-Men, quase tudo que se refere na época, a Histórias em quadrinhos.

Participam do documentário, o roteirista Chris Claremont, que foi o artista que mais tempo passou com os mutantes, escrevendo suas histórias por nada menos que 17 anos; Len Wein; Dave Cockrum; a editora Louise Simonson, que, diga-se de passagem, quebra a barreira de que quadrinhos de herói é “coisa” de homem; o super pop star dos quadrinhos, Jim Lee; Fabian Nicieza; Scott Lordell; os famosos Andy e Adan Kubert, que seguiram os passos do lendário pai, Joe Kubert, que com louvor acumulou os títulos de desenhista, editor, editor de arte, e ainda, professor e desenhista da Joe Kubert School of Cartoon Art, em Nova Jersey, uma espécie de escola de quadrinhos que ele próprio fundou, e que virou referência no mundo das HQs; Johh Cassady; Mark Millar, roteirista que nunca havia lido uma HQ dos X-Men, e por isso mesmo inseriu uma nova proposta ao título, remodelando o grupo e seu universo; Joss Whedon, que além de roteirista é diretor e produtor executivo de TV, supervisionando sucessos como Buff, a caça vampiros e Angel, entre outros.

Há relatos de como surgiram ideias, criações de personagens e uniformes e também sobre as mudanças ocorridas em diferentes épocas, nos quase 50 anos do título. Os convidados falam sobre roteiros e desenhos, sobre a chegada da arte digital no mundo das HQs e da arte especial produzida para as capas. São citados ainda, os grandes Gênios da 9ª arte e tudo está muito bem ilustrado com belíssimas imagens de variados traços e colorizações, representando suas respectivas épocas.

Surgem no documentário, curiosidades interessantes como o fato de que na época, uma bem sucedida HQ, vendia cerca de 200.000 exemplares, mas que no final dos anos 80 e início dos 90, ocorre uma expressiva e expansiva fase no universo dos heróis, quando alguns ícones das HQs surgiram para o mundo, caso de Todd MacFarlene, criador do Spaw, e que na época citada vendeu através de sua arte, fantásticos 2 milhões de exemplares de um número do Homem Aranha. Depois, na primavera seguinte Rob Leifeld ilustrando X-Force consegue atingir 4 milhões de “gibis” vendidos, e então quatro meses depois, no início de 1991, surge X-Men número 1, com desenhos do espetacular Jim Lee, que nesta primeira edição da nova série mutante, chega aos impensáveis 8 milhões de edições vendidas, marca nunca antes ou depois alcançada por outro artista.

Na atualidade, os personagens de HQs e de desenhos animados estão muito presentes no cotidiano, principalmente das crianças e jovens, então, acaba sendo bastante interessante que saibamos pelo menos um pouco sobre este quase infinito assunto, que abrange não somente os impressos, mas também TV, Cinema, Vídeo Game, entre outros canais de entretenimentos.

Vale ainda ressaltar como ponto positivo, que o documentário foi muito bem elaborado, sendo um ótimo material para amantes de HQs ou dos próprios X-Men. É também muito válido para novos leitores, que querem adentrar neste universo, ou simplesmente para aqueles que por curiosidade ou conhecimento, querem se aprofundar um pouco nesta forma de expressão que é conhecida como a 9ª arte. Creio não haver pontos negativos, já que o objetivo de salientar as publicações em torno da origem e evolução do título X-Men, foi atingido. O vídeo poderia ter horas, caso focem acrescentados todos os detalhes interessantes em torno do assunto e dos muitos artistas envolvidos nele, mas isso seria inoportuno, cansativo e desnecessário.

“Generation X” é um documentário cheio de lirismo por parte dos participantes e vale a pena ser assistido.

As imagens aqui anexadas foram retiradas diretamente do documentário e retratam diferentes épocas do consagrado grupo de mutantes. Estão expostas além das múltiplas fases pelo qual passou a equipe, algumas artes contidas nesta trajetória e também um pequeno número de pessoas envolvidas nos quase 50 anos de criação do famoso grupo de heróis.

São imagens como a dos X-Men em visual moderno, utilizada na abertura do documentário; a capa da X-Men número 1, de 1963, onde encontramos o grupo em sua formação original, tendo o Fera ainda com visual humano, o Homem de Gelo, o Anjo, Jean Gray, a Garota Marvel e o líder da equipe, Ciclope em seu primeiro confronto com aquele que se tornaria o maior inimigo do grupo, e um dos maiores vilões das HQs, o Magneto.



A capa da X-Men Gigante número 1, de 1975, que marca o início de uma nova fase para o grupo, que agora é intencionalmente formado por pessoas de várias etnias. A nova equipe é formada pelo soviético Colossos, o canadense Wolverine, o alemão Noturno, a africana Tempestade e os norte americanos Pássaro Trovejante e Ciclope, o único da equipe original a participar ativamente deste recomeço. Esta famosa capa teve várias versões posteriores, como a que foi produzida para a revista especializada em quadrinhos, Wizard. Noutra, ao contrário da original, vemos o grupo atual ao fundo, sendo substituído pela segunda formação, somadas as aparições do irlandês Banshee e do japonês Solaris, que embora não estivessem na capa de 1975 fazem suas primeiras aparições nesta época. Marvel Zumbis é uma série que retrata um universo paralelo onde todos lutam para não serem transformados em mortos vivos. A série teve várias capas famosas refeitas, inclusive esta dos X-Men de 1975.

Outra imagem detalha o grupo na fase em que Jean Gray se transforma em Fênix, sendo esta a época em que a personagem ganha maior destaque entre os fãs.

Alguns dos famosos estão presentes, caso da editora Louise Simonson, que assumiu a revista após o sucesso “A Saga de Fênix”. Fator interessante levando em consideração a pequeno número de mulheres envolvidas com o universo das HQs, sendo Louise a única a fazer parte deste documentário. O genial Jim Lee, detentor do recorde de vendas de HQs numa única edição, tendo ao fundo, exemplares da sua famosa obra. Através de sua arte está presente o mais famoso personagem do grupo, Wolverine, além do metálico Colossus, o Arcanjo, que na formação original, e antes de ter suas verdadeiras asas arrancadas por Apocalipse, se chamava Anjo e o vilão Magneto. Andy e Adan Kubert, grandes artistas das HQs, e filhos de um dos maiores ícones deste mercado, o fantástico Joe Kubert. A família Kubert trabalhou pela primeira vez juntos num flashback de uma história sobre a guerra do Golfo, publicada em X-men.


É visto também que atualmente, a colorização das HQs é feita por computador e nesta nova era Richard Isanove se destacou como um dos maiores gênios. Sua arte foi considera inovadora. Mark Millar, roteirista dos X-Men que nunca havia lido sequer uma das histórias  da equipe, e que por este motivo conseguiu trazer para o grupo, uma fase totalmente diferente e inovadora em relação as anteriores. É destaque ainda, a fase em que o roteirista Grant Morrison e o artista Frank Quitely trazem uma nova ideia para a revista. Agora os mutantes não são mais a minoria, eles se multiplicaram pelo mundo, são milhões. É chegado o fim da era dos homo sapiens, e a humanidade, existe somente no nome, pois agora o mundo é dos mutantes. Esta fase durou 40 edições.

Outra etapa destacada que perdurou por cerca de 4 anos se iniciou, através das mãos do grande artista e supervisor de X-Men, John Cassady e do roteirista, produtor executivo e diretor, Joss Whedon. Cassady é o responsável pela remodelação do personagem “Fera”, tornando-o mais animal do que nunca em sua aparência e dando maior ênfase ao personagem explorando seu lado psicológico. Henry Hank McCoy, o Fera, trava uma eterna luta, entre sua humana alma e sua transformação física em uma fera.

Por fim, "Dinastia M" é uma minissérie onde os X-men e os Vingadores tentam impedir a Feiticeira Escarlate, heroína que aos poucos vai enlouquecendo, de criar com seus poderes caóticos de alteração do tempo e do espaço, uma nova realidade, onde Magneto é o líder. Ao final, após sair desta Terra, os heróis se deparam com nova realidade, um mundo onde 90% dos mutantes perderam seus poderes, sendo agora, humanos. O que levou a Marvel a alterar todo o universo, através de “Dinastia M” foi o desejo de retornar ao “status quo” original do título, ou seja, um mundo onde a maioria humana, por medo e preconceito tenta caçar e eliminar a minoria crescente de mutantes. É com este conteúdo, que se dá início a fase atual dos X-Men.

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FILMOGRAFIA

  • Bjorn T. Myrholt. Generation X: The Comic Book Origin of X-Men. EUA, 2006. 68 minutos.


sábado, 23 de março de 2013

O DIVINO

Quando estava cursando Artes Visuais na Universidade, houve um exercício bastante interessante, que foi realizar alguns relatórios de atividades artístico-culturais vivenciadas. Seja por meio de visitas a espaços destinados a arte e cultura, como museus e galerias ou a partir de vídeos assistidos, desde que estes estivessem correlacionados aos temas abordados no citado curso.

Bom, acabei realizando sete relatórios, abordando um documentário, dois filmes, três exposições de arte que visitei na época e um sobre a festa popular do Divino Espírito Santo, realizada na cidade de Mogi das Cruzes. As três exposições artísticas eram pequenas e pouco interessantes, não havendo motivos para comentá-las hoje. Em contrapartida, vou postar os demais relatórios, por crer que seus conteúdos sejam bastante relevantes.

Pra começar, vale muito a pena comentar a tradicional Festa do Divino, sempre muito bem organizada, bastante interessante e “rica” do ponto de vista cultural. A festividade é realizada pela Igreja Católica, e envolve ainda, o governo municipal, entidades filantrópicas ligadas à igreja e algumas comunidades. Obviamente não relatei a festividade pela ótica religiosa e muito menos pela faceta da curtição. A face validada aqui é a cultural, onde não importam a crença religiosa e muito menos a propiciação a farra, bebidas ou a “pegação”. 

Embora tenha visto de passagem alguns eventos da festividade que aconteciam em diferentes locais da cidade, comentei no relatório apenas a quermesse, por ser este o único evento que realmente participei. Na famosa quermesse havia as tradicionais barracas de doces típicos, salgados, churrasco, afogado, café caipira, caldos, frutas do amor, entre outros, além das bebidas como o choconhaque, quentão, vinho quente, etc. Cada qual organizada por uma entidade filantrópica. 

Dentro da área festiva, houve ainda, espaço para uma pequena exposição de arte sobre o Divino, e outro para a venda de artesanato e publicações sobre a festividade, tudo muito bonito e muito bem organizado.

As crianças podiam ainda se divertir num parque de diversões, e tínhamos durante os dias festivos, a oportunidade de assistir a shows variados, como os de duplas e conjuntos sertanejos, grupos de congada, marujada, catira e moçambique, entre outros. O evento católico conta com momentos e locais eclesiásticos, como as rezas que antecedem o início do “afogado do Divino”, o prato mais típico da festa; a Ave Maria sempre as 18h00min; o império do Divino, que é um lindo oratório onde os fiéis podem fazer suas orações e também uma das urnas de pedidos ao Divino, os quais são incinerados junto aos pedidos realizados no principal e 1º Império do Divino, localizado na Praça da Catedral de Santana, sempre após a Missa de Encerramento, que ocorre dentro da própria Catedral e que conta com a participação do Exmo. Revmo. Bispo Diocesano e demais autoridades eclesiásticas e civis, rezadeiras, festeiros, capitães de mastro e devotos. 

Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a festa, vale a pena conferir. Independentemente da crença ou gosto musical, a festa é um “banho cultural” de tradições populares regionais que ocorrem também em outras localidades do nosso Brasil. Em 2013 as festividades foram realizadas de 9 a 19 de maio.

Um dos oratórios montados na cidade durante a festividade, chamados de Impérios do Divino. Este foi montado dentro da Quermesse próximo à entrada.

Exposição do símbolo do Divino Espírito Santo produzidos por alunos do Instituto de Educação Dona Placidina.


domingo, 10 de março de 2013

Desenhar ou escrever?

Embora ler me agradasse bastante, escrever foi um grande tabu. Sempre fui melhor com as cores e desenhos do que com a escrita. Tornei-me Ilustrador no terceiro ano de um curso na Escola Panamericana de Arte, com um professor fantástico e inesquecível, Augusto Minighitti, que é também um grande ilustrador e fotógrafo. Depois cursei fotografia e artes plásticas na ABRA e Desenho e Narrativa para HQs no SENAC. Este último, com outro grande mestre, Gilberto Maringoni, que entre muitas “coisas” é jornalista, pesquisador, desenhista e pra minha sorte, professor do citado curso. Infelizmente não aproveitei muito a parte do curso referente à narrativa, o que teria diminuído bastante o meu problema com as palavras. Mas, fazer o quê?  Naquela época só queria me expressar através dos desenhos... As letras não fluíam.

Isso mudou bastante durante o curso de Artes Visuais na Universidade Metropolitana de Santos. Quando me dei conta, estava escrevendo alguns textos dos quais recebia bons elogios tanto por parte dos colegas de curso quanto dos professores. Num certo dia, estava conversando com a Professora e Coordenadora do curso, Maria Emília Sardeliche e fui surpreendido com uma indagação: “Porque você não faz um Blog? Você poderia expor sua arte e através das postagens, aprimorar seus textos”. Adorei a ideia e hoje estou colocando em prática o que já estava lançado no astral desde aquele dia. Estarei utilizando este espaço virtual para aprimorar minha escrita, porém, devo salientar que meu forte continua sendo o desenho kkk. Sobre a pergunta inicial, o melhor é desenhar e escrever.
A temática deste blog será as muitas vertentes da arte, fazendo um amálgama de estilos e épocas. Pretendo abordar ainda, temas como cultura e educação. Vou postar imagens, vídeos e links para downloads de arquivos, além de dicas sobre a utilização de materiais artísticos.

 Sobre os downloads, devo frisar que não sou favorável e nem incentivo a “pirataria”, que a meu ver é a venda de cópias para obtenção de lucro. Quero apenas semear um pouco de cultura disponibilizando gratuitamente alguns arquivos que tenho sobre arte. Muitos são raros e difíceis de serem encontrados, sendo uma pena deixar tais materiais se perderem, guardados em mídias que irão pifar com o tempo. Seguindo o raciocínio de que Cultura guardada é Cultura morta, vou compartilhá-los.

Para encerrar este primeiro post vou deixar aqui a dica de um livro didático clássico sobre HQs, How To Draw The Marvel Way, publicado em 1978, que também tem sua versão em vídeo. O livro foi escrito pelo “pai” de vários dos maiores super-heróis da minha geração, Stan Lee e pelo grande desenhista John Buscema. Para aqueles que não estão familiarizados com o tema Comics, Stan foi criador de heróis como Homem-Aranha, Incrível Hulk, Homem de Ferro, X-Men, Vingadores, Thor e Quarteto fantástico. Sua grande virtude foi criar heróis complexos e problemáticos, muito diferentes da maioria das criações da época, caso dos invencíveis e “certinhos” Superman, Mulher Maravilha e Capitão Marvel. Stan revolucionou os quadrinhos e foi um dos principais agentes que tornaram a pequena editora Marvel Comics na gigante que conhecemos, hoje pertencente ao grupo Disney. John Buscema é um dos grandes nomes da Marvel quando o assunto é desenho. Ilustrou vários títulos da empresa, dos quais se destaca em minha opinião, o trabalho em preto e branco realizado na revista “Conan, o bárbaro”. Buscema entrou para o Hall da Fama dos Quadrinhos  (Will Eisner Hall of Fame) em 2002.

Esta escolha se deu em virtude deste ter sido meu primeiro contato com um livro didático de desenho. Mesmo tendo como foco o mundo dos quadrinhos, este é um grande livro para iniciantes no referente aos desenhos, pois Jonh Buscema tem um traço clássico, bem diferente da grande maioria dos estilizados quadrinhos modernos. Retirando os uniformes, você tem um ótimo trabalho de anatomia para estudos. O livro dá ainda, dicas de perspectiva, esboço, luz e sombra, arte final entre outras dicas.

Para aqueles que estão acostumados somente com a versão atual dos personagens, ou que preferem à didática apresentada através do desenho artístico acadêmico, este livro pode não chamar muito a atenção.  Independentemente do gosto, é um livro clássico que vale a pena conferir.



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Gostaria de incorporar a primeira parte do citado vídeo nesta postagem, mas tal opção (para este vídeo) está desativada no Youtube. Assim, vou apenas compartilhar seu link: http://youtu.be/f3y6k_vk_Vg


FILMOGRAFIA
  • Jim Gates. How to Draw Comics the Marvel Way. EUA, 1988. 59 minutos.

How To Draw The Marvel Way