terça-feira, 27 de outubro de 2020

A HISTORIA DOS QUADRINHOS PELO MUNDO (Parte 1)

O FANTÁSTICO UNIVERSO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Fotografia original: Letícia Akemi/Gazeta do Povo
Alteração digital: Luiz Alberto

Acontecimentos narrados de forma sequencial, utilizando desenhos, ocorrem desde a pré-história. Os homens das cavernas produziam suas artes rupestres relatando suas vivências. Posteriormente, vários foram os meios utilizados pelos seres humanos para contar histórias sequenciais, como mosaicos, afrescos, tapeçarias entre outras tantas.

Tapeçaria de Bayeux, produzida no século XI, é um imenso tapete bordado. Nele estão descritos, através de uma narrativa visual sequencial, a conquista normanda da Inglaterra no ano de 1066, por Guilherme II da Normandia. A obra descreve a Batalha de Hastings e muitos outros detalhes da vida cotidiana da época, como vestuário, castelos, navios e condições de vida. Dessa forma, além do valor artístico, a peça tem valor documental inestimável acerca do século XI na Inglaterra e Normandia. Agora eu te pergunto... Podemos considerar esta tapeçaria como a bisavó das HQs contemporâneas? 

Tapeçaria de Bayeux: a Batalha de Hastings (1066)
Imagem: Pinterest

Foi convencionado como marco inicial dos quadrinhos, o personagem Yellow Kid (Menino Amarelo), criado em 1894, pelo norte americano Richard F. Outcault. Este personagem foi o primeiro impresso em cores e o pioneiro a utilizar balões para transmitir a ideia de fala, dando mais dinamismo aos quadrinhos.

Yellow Kid - Richard Felton Outcault (Imagem: Pinterest)

Novos autores e desenhistas surgiram, em meio a uma verdadeira explosão editorial, fato que culminou na criação de diversos novos personagens.

Rodolph Dirks, alemão radicado nos EUA, inovou o universo das HQs ao utilizar sinais gráficos e onomatopeias através dos seus personagens, Os Sobrinhos do Capitão (The Katzenjammer Kids).

Os Sobrinhos do Capitão - Rodolph Dirks (Imagem: Pinterest)

Winsor MacCay é o responsável pela criação de outro importante personagem, na construção histórica dos quadrinhos, Little Nemo in Slumberland (O Pequeno Nemo no País dos Sonhos), de 1905. Os desenhos de Winsor MacCay são produzidos no estilo artístico em alta naquele momento histórico, a Art Nouveau, elevando os quadrinhos ao patamar de arte.

Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)
Little Nemo in Slumberland (Imagens: Pinterest)

O ano de 1907 marca o surgimento da primeira tira diária, Mutt e Jeff, de Bud Fisher. A partir deste momento, os quadrinhos deixam de existir apenas nos suplementos dominicais e passam a integrar de forma cotidiana as páginas internas dos jornais.

Mutt e Jeff - Bud Fisher (Imagem: Wikipédia)

As tirinhas alteram a estrutura dos quadrinhos, pois seus autores devem passar uma ideia em no máximo cinco quadrinhos, diferente dos suplementos dominicais, onde as histórias eram impressas em sua totalidade. Posteriormente surgiram as tiras seriadas, onde as histórias principais eram apresentadas em forma de capítulos, como numa novela ou série. A inovação nestas tiras era o fato de deixar sempre no último quadrinho, o suspense que despertaria no leitor o desejo de comprar o jornal do dia seguinte e acompanhar o desfecho da trama.

As HQs atingiram status de Pop Art (arte popular) devido a grande difusão realizada pelas agências distribuidoras, conhecidas como Syndicates (Sindicatos). Estas organizações crescem e começam a distribuir quadrinhos no mercado editorial mundial, cuidando ainda, da apresentação e divulgação do produto, de forma adequada e atraente ao público alvo (merchandising). O lucro destas organizações está na variedade de estilos e na grande quantidade de trabalhos negociados. Por outro lado, sufocam aqueles artistas que devido à censura, ou outro fator qualquer, não fazem parte do seu grupo. Um dos primeiros personagens divulgados internacionalmente pelos Syndicates foi Pafúncio, criado por George MacManus e desenhado em rico estilo Art Déco.

Pafúncio e seu criador George MacManus 

O cartunista brasileiro Henfil, concorreu com cerca de dois mil desenhistas e conseguiu se infiltrar nestas organizações. Publicou para importantes jornais americanos, Fradim, que lá eram chamados de Os Monges Doidos (The Mad Monks). Acontece que o humor sádico de Henfil fez com seu contrato fosse cancelado em pouco tempo.

Fradim - Henfil (Imagens: Pinterest)

A crise financeira iniciada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, faz com que as pessoas queiram saborear novas realidades, como uma fuga para situação crítica que estavam vivenciando. Este contexto indica a necessidade da criação de novos mitos, e o gênero de aventura ganha força entre os leitores. As narrativas de aventura mostram toda a sua força na selva, através das histórias do Tarzan, na ficção científica, com Flash Gordon e em épocas remotas, com as aventuras medievais do Príncipe Valente.

Tarzan surge nos quadrinhos através da arte de dois grandes mestres, Hal Foster e o incrível Burne Hogarth.

Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest)
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest)
Tarzan de Burne Hogarth (Imagem: Pinterest)

O artista Alex Raymond nos apresenta em Flash Gordon, heroínas muito avançadas para seu tempo, e seus personagens pareciam sair das telas dos cinemas.

Flash Gordon (Imagem: Pinterest)
Flash Gordon (Imagem: Pinterest)
Flash Gordon (Imagem: Pinterest)

A arte de H. Foster enriquece as HQs do Príncipe Valente. O artista nos apresenta cenários majestosos, de onde surgem dragões, princesas e cavaleiros, em meio a combates de tirar o fôlego.

Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest)
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest)
Príncipe Valente - H. Foster (Imagem: Pinterest)

O texto presente neste post é um resumo do material contido no capítulo: Desvendando a Nona Arte, que é parte integrante do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Educando Através da Estética dos Quadrinhos. Para ter acesso ao material completo é só clicar no link abaixo.

Educando Através da Estética dos Quadrinhos

AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS... PESQUISE

Dentro das metodologias ativas, é importante que os alunos saibam utilizar as TDICs (tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), e aprendam a pesquisar. Portanto, pesquise na internet, de forma mais profunda, alguns temas citados neste post, como Arte Rupestre, Mosaicos, Afrescos, Tapeçarias, Art Nouveau, Pop Art e a Art Déco.

MATERIAL RELACIONADO - Pesquise no Blog

Postagem sobre a POP ART


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Agora escolha uma das atividades e mãos à obra

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 01

Para nossa primeira atividade, proponho a realização de uma releitura de algum dos personagens apresentadas aqui no blog. Você pode utilizar uma das imagens presentes nesta postagem, ou se preferir, pode pesquisar na internet ou em livros, outras imagens que contenham os mesmos personagens. O que você acha de fazer uma releitura do Yellow Kid (Menino Amarelo)... Que tal fazer um Red Kid (Menino Vermelho) ou quem sabe, uma Pink Girl (Menina Rosa). Você pode se inspirar ainda, nas travessuras dos Sobrinhos do Capitão. Que traquinagem sua pode virar um desenho?

Lembre-se de que Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... A escolha é sua!

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 02

Você costuma ter sonhos? Lembra de algum? Alguém próximo de você lembra de algum sonho? Para nossa segunda atividade, proponho a realização de uma releitura do trabalho de Winsor MacCayLittle Nemo in Slumberland (O Pequeno Nemo no País dos Sonhos). Neste trabalho, você vai substituir o Pequeno Nemo. Sua obra deve ser realizada a partir de um sonho, tendo como inspiração o fantástico Little Nemo in Slumberland.

Já sabe né? Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... Você escolhe!
Livro - Eric Shanower  (Autor) Gabriel Rodriguez (Ilustrador)
ganhador do prêmio Eisner de melhor série limitada (2015)
e capa do DVD lançado em 2004

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 03

Chegou a hora dos heróis... Vamos fazer nesta atividade a releitura de um dos heróis apresentados neste post, Tarzan - O Rei as Selvas, o herói espacial Flash Gordon ou o herói medieval Príncipe Valente. Escolha uma das obras apresentadas acima e realize sua releitura. Se preferir, pesquise outras imagens destes personagens, na internet ou em livros, para realizar sua obra. 

Só para não dizer que não falei... Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... Mãos à obra!!!

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 04

Agora, vamos colorir um desenho que represente uma das obras apresentadas nesta postagem. Escolha uma delas, imprima e pinte. Se preferir, pode fazer um desenho a partir da observação das obras aqui apresentadas e então, pintar seu desenho.





PROPOSTA PARA ATIVIDADE 05

Você percebeu que o Yellow Kid sempre traz frases em sua roupa? Pense em uma frase motivadora, ou que trate da amizade, do respeito ao próximo, que fale sobre ecologia ou sobre a intolerância, sobre o preconceito ou sobre o amor... Como diria Henfil "Indigne-se" seja crítico... Personalize o trabalho.

Para esta atividade, você pode imprimir o desenho postado logo abaixo ou se preferir, desenhar um similar. 
Releitura da Imagem constante em https://www.dailycartoonist.com

OBJETIVOS

Ampliar o repertório cultural dos educandos.
Ampliar o repertório visual dos educandos.
Apreciar trabalhos de HQs.
Conhecer artistas dos quadrinhos.
Desenvolver conceitos relacionados aos quadrinhos.
Desenvolver trabalhos artísticos através da estética das HQs.
Conhecer e entender as diferentes possibilidades expressivas através das HQs.
Trabalhar a expressividade através dos quadrinhos.
Trabalhar a técnica do desenho.
Trabalhar a técnica da pintura.
Desenvolver trabalho de pesquisa através das TDIC.
Estimular pesquisas qualitativas aos educandos.

BIBLIOGRAFIA

LUYTEN, Sonia M. Bibe. O QUE É HISTÓRIA EM QUADRINHOS. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tape%C3%A7aria_de_Bayeux. Acesso em 26/10/2020.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

POP ART

Imagem: Pinterest

A Pop Art foi um movimento artístico surgido nos EUA na década de 1950, através da necessidade de romper com a arte que estava em vigor, assim como, para buscar uma nova forma de expressão. Teve como características principais a utilização de objetos de uso geral e elementos contidos na cultura de massa, principalmente americana e britânica. Latas de refrigerantes e de cervejas, sanduíches e as histórias em quadrinhos faziam parte dos trabalhos desta estética, que apresentava de forma escancarada toda influência destes objetos sobre a vida comum. 

Houve um grupo precursor do movimento, chamado Independent Group, fundado em Londres no ano de 1952, do qual faziam parte, Laurence Alloway, Alison Smithson e Peter Smithson, Richard Hamilton, Eduardo Paolozzi e Reyner Banham. O objetivo deste grupo era atingir as grandes massas com suas produções de arte popular. Embora não compartilhassem de um estilo em comum, entravam em sintonia através da temática de suas obras, desenho em estilo simplificado e utilização de cores saturadas.

O grupo se desfez em 1956, após uma exibição chamada “This is Tomorrow” (Este é o Amanhã).  Na ocasião, o artista Richard Hamilton apresentou uma obra feita através da técnica de colagem, chamada “Just what is it that makes today’s homes so different, so appealing?” – que em português significa: O que exatamente torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes? A colagem em questão foi a primeira obra de pop art a atingir status de ícone, sendo uma explosão de símbolos do consumismo. 

Just what is it that makes today’s homes so different, so appealing?
Colagem de Richard Hamilton

1 - Uma das primeiras fotografias do Planeta Terra vista do espaço (Revista Life Magazine - setembro de 1955).

2 - Pela janela vemos o cartaz do primeiro filme contendo som, "O cantor de jazz" (The Jazz Singer), em 6 de outubro de 1927.

3 - Abajur com o logotipo da Ford Motors.

4 - História em Quadrinhos (HQs).

5 - Aparelho de TV com uma mulher falando ao telefone. 

6 - Presunto enlatado.

7 - Jo Baer (Josephine Gail Kleinberg) - Foi modelo fotográfica na época, e posteriormente se tornou artista conceituada do movimento minimalista.  

8 -  Irvin "Zabo" Koszewski (fisiculturista).

9 - Aspirador de pó com tudo muito longo.

10 - Sofá Alaranjado (Moderno e inovador para época).

11 - Famoso pirulito da época (Tootsie Rolls Pop).

12 - Magnetofone (Gravador de som em rolo de fitas magnéticas).

MOVIMENTO ARTÍSTICO - POP ART

A Pop Art tomou forma verdadeiramente, quando alguns artistas começaram a estudar os símbolos e produtos da propaganda americana, e transformá-los em temas para suas obras. Foi o crítico inglês Lawrence Alloway, em 1954, que criou sua denominação. 

Numa carta de 1957, Hamilton define assim a nova arte: “popular, transitória, consumível, de baixo custo, produzida em massa, jovem, espirituosa, sexy, chamativa, glamorosa e um grande negócio”.

Ao apoderar-se dos produtos de consumo, como HQs, propagandas publicitárias, objetos e ícones da cultura de massa, os artistas da Pop Art acabam por satisfazer o gosto popular “inculto” da grande maioria. Ao contrário da arte acadêmica, que sempre menosprezou o ambiente visual que realmente nos cerca. Os representantes da Pop Art perceberam a força contida nestes códigos visuais e resolveram através deles, realizar obras contendo uma crítica a própria sociedade.

A Pop Art representou um retorno à arte figurativa, exercendo forte oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra.

O movimento criticava o próprio sistema econômico de onde surgiu e tinha proposta vanguardista e iconoclasta. Foi um movimento polêmico e muitas vezes tachado por críticos como vulgar, antiestético e irreverente. Ainda sim, seu forte impacto visual conquistou muitos admiradores. 

ANDY WARHOL

Andrew Warhol, mais conhecido como Andy Warhol nasceu em 06 de agosto de 1927 em Pittsburg, na Pensilvânia e graduou-se em 1949 no Instituto Carnegie de Tecnologia, em sua cidade natal. Ao mudar-se para Nova York trabalhou desenhando cartões natalinos, capas de discos e mapas do tempo para a TV.

Várias obras de Andy Warhol - Imagem: https://www.whatelsemag.com/artista-andy-warhol/

Pintura “Coca-Cola” (1962), de Andy Warhol. Vendida por mais
de US $ 35 milhões em leilão (https://www.whatelsemag.com)

Principal figura da Pop Art, Warhol tinha o costume de repetir o tema em suas obras e era adepto da reprodução mecânica de imagens. Foi expondo em 1962 uma série de composições contendo sopa industrializada e detergente, que Warhol ganhou notoriedade. São famosas as suas composições com ícones da cultura popular americana, como Marilyn Monroe e Elvis Presley, e objetos de consumo, como latas de Sopa Campbell e latas amassadas da Coca Cola, automóveis, crucifixos e dinheiro. 

Latas de Sopa Campbells - 32 sabores - Andy Warhol
Imagem: https://mjvdl.com/

Para Warhol, as personalidades públicas eram impessoais e vazias, da mesma forma que os objetos produzidos para consumo da massa. Tais itens, que simbolizavam esta sociedade eram repetidamente vistos em suas criações, que eram produzidas principalmente pela técnica da serigrafia (silk-screen). Warhol morreu em Nova York, em 22 de fevereiro de 1987.

ROY LICHTENSTEIN

Obras de Roy Lichtenstein

Roy Lichtenstein pintava suas telas arduamente, visando reproduzir de forma perfeita, imagens impressas. Em 1960, Lichtenstein inovou ao transpor os quadrinhos e transformá-los em expressão artística. Possivelmente seu interesse por quadrinhos começou ao pintar o personagem Mickey Mouse para seus filhos. Desde então, as cenas saídas das HQs são sua marca registrada. Foi em 1968, o primeiro artista americano ao qual a Tate Gallery, de Londres dedicou uma amostra individual. Lichtenstein morreu em Nova York, em 29 de setembro de 1997.

O americano Robert Rauschenberg foi um dos artistas pioneiros da Art Pop. Sua obra mesclou meios artísticos diferentes, como pintura e escultura, fazendo uso de imagens comerciais. Rauschenberg explorou principalmente em suas composições, ícones da cultura popular, fotos jornalísticas e recortes de jornal. O artista criou ainda, o processo de transferência direta de fotografias de jornais e revistas para tela, sendo que por volta de 1962 adotou para suas obras a técnica do silk-screen (serigrafia). Em 1994 foi homenageado pela XXII Bienal de São Paulo.

Buffalo II - Tinta a Óleo e Serigrafia - Robert Rauschenberg

James Rosenquist apresentou figuras tiradas do cotidiano e muitas vezes colocadas de forma aparentemente desconexas, como pratos de espaguete, automóveis, aviões, garrafas de refrigerantes e vários outros símbolos da cultura de massa. Foi um grande mestre ao trabalhar a justaposição em suas composições. 

Duas obras de James Rosenquist - Imagens: Pinterest

No campo da escultura, surge o trabalho de George Segal. Suas obras são produzidas a partir de moldes de pano molhado e gesso úmido em tamanho real, moldadas sobre modelos vivos. Segal recebeu em 1962 o Prêmio Fundação Walter H. Gutman, com duas fantásticas obras, "O caminhão" e "Janela de restaurante". 

Janela de Restaurante - Detalhe da Escultura de George Segal

São também, de grande importância dentro da Pop Art, nomes como Jasper Johns, um dos pioneiros desta estética, que pintava com grande precisão objetos como bandeiras, alvos, numerais e mapas. Claes Thure Oldenburg, que apresenta em esculturas de grande escala, a comida industrializada e padronizada americana, como hamburgers, sorvetes e hot-dogs, além de objetos como vasos sanitários e telefones. Tom Wesselmann, que foi responsável por inserir o nu figurativo na estética da Pop Art, a partir do contexto do movimento, ou seja, o nu retratado em suas composições é aquele acorrido dentro do cotidiano, de forma corriqueira e despojado de seu erotismo.

Bandeira Americana - Jasper Johns
Alvo com Quatro Faces- Jasper Johns

Natureza Morta 30 -  Tom Wesselmann

Obras de Claes Oldenburg

Todos estes artistas enfatizaram em suas obras o quanto nossa sociedade foi e ainda é, contaminada e dominada pelo consumismo.

Um dos ramos surgidos através da Pop Art foi a tendência conhecida como Fotorrealismo, movimento marcado pelo fascínio diante das imagens fotográficas. Estas por sua vez, são consideradas dentro desta estética como a realidade pela qual o artista deve construir sua obra. O Fotorrealismo marca o retorno do realismo dentro da pintura americana, e neste contexto, Audrey Flack explora o mundo ao seu redor de forma pessoal e feminista. Vale ressaltar ainda, a obra de Don Eddy, dotada de grande complexidade visual e que desafia o mais perspicaz observador.

Queen (Rainha) 1976 - Audrey Flack 

VolksWagen 1967 - 1972 - Don Eddy

O texto presente neste post é um resumo do material contido no capítulo: Dos Quadrinhos à POP ART, que é parte integrante do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - Educando Através da Estética dos Quadrinhos. Para ter acesso ao material completo é só clicar no link abaixo.

Educando Através da Estética dos Quadrinhos

AMPLIE SEUS CONHECIMENTOS... PESQUISE

Dentro das metodologias ativas, é importante que os alunos saibam utilizar as TDICs (tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), e aprendam a pesquisar. Portanto, pesquise na internet, de forma mais profunda, os temas abordados neste post. 

É importante salientar que os artistas apresentados aqui continuaram a produzir suas obras após o movimento Pop Art, mudando portanto, o foco e a crítica de suas obras, como podemos observar na escultura de George Segal. 

Memorial do Holocausto no Palácio da Legiăo de
Honra da Califórnia - George Segal

Memorial do Holocausto no Palácio da Legiăo de
Honra da Califórnia - George Segal
 

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Autorretrato (2020) - Fotografia Digital alterada por efeito
que simula uma pintura de POP ART
App Comica - Luiz Alberto

Agora escolha uma das atividades e mãos à obra

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 01

Diante do que foi visto e estudado até aqui, proponho a realização de uma releitura. Seu trabalho artístico deverá ser produzido a partir das obras de arte do movimento POP ART. Escolha primeiramente o artista de sua preferência, dentro do movimento, e então, faça uma releitura tendo como ponto de inspiração uma das obras apresentadas aqui no blog. Se preferir, pesquise na internet ou em livros, outras obras do movimento POP ART para a confecção do seu trabalho.

Lembre-se de que Releitura não é cópia. Então, personalize sua produção. Seu trabalho artístico pode ser feito através do uso de lápis de cor, canetinhas, giz, tinta, colagem ou tudo junto... A escolha é sua!

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 02

Para nossa segunda atividade, proponho trabalharmos com a linguagem fotográfica. Então, vamos montar uma imagem que apresente objetos de consumo contemporâneos.

Como fazer: Encontre um local bem iluminado para montar a cena. Você pode utilizar uma bancada, mesa ou outro local de sua preferência. Monte uma cena contendo vários objetos de consumo, como comida industrializada e refrigerantes. Se preferir, roupas, tênis "de marca", ou ainda, uma cena contendo produtos de limpeza ou de higiene. Depois de montar uma ou mais cenas, registre as imagem através de um celular ou câmera digital.

Abuse do colorido em sua fotografia, e não esqueça que você pode utilizar filtros constantes no app do celular, ou demais tecnologias digitais para criar alterações... Bora fazer uns clicks?

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 03

Para esta atividade, proponho criarmos uma ilustração contendo um objeto de consumo que faça parte do seu dia a dia, ou que você ache interessante. Para isso, escolha um objeto de consumo industrializado, podendo ser algo tecnológico, como um celular, eletroeletrônicos ou eletrodomésticos, algo comestível industrializado, como um enlatado qualquer, um achocolatado ou algum tipo de bebida industrializada, uma peça de vestimenta que apresente sua marca (Logotipo – Logomarca) ou produtos de limpeza e de higiene de marcas consumidas em sua casa.

Estudo para propaganda - Canetinhas
Hidrográficas (1995) - Luiz Alberto

Lembre-se que a ideia é fazer uma crítica a sociedade de consumo, na qual somos escravos das mais variadas marcas. A imagem acima, sozinha, retrata apenas uma propaganda de Whisky. Por outro lado, se a imagem fizesse parte de uma composição maior, onde estivessem retratadas muitas outras bebidas alcoólicas, o produto artístico poderia ser usado para criticar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Veja que a intencionalidade do artista importa muito no produto artístico final.

Seu trabalho artístico pode ser feito através do desenho ou de outra técnica que lhe agrade. Bora fazer arte?

PROPOSTA PARA ATIVIDADE 04

Agora, vamos colorir um desenho que represente uma obra do movimento POP ARTE. Escolha um das imagens abaixo, para imprimir e pintar. Lembre-se que nos trabalhos de POP ART as cores utilizadas são saturadas, ou seja, normalmente as cores são puras e vivas, dando muito destaque ao desenho.



PROPOSTA PARA ATIVIDADE 05

Para nossa última atividade, proponho a construção de uma obra de arte, através da técnica da colagem, como na obra de Richard Hamilton.

Como fazer: Primeiramente, junte material para recorte, como panfletos, jornais e revistas, folders, propagandas de supermercados e de lojas, enfim, tudo que contenha imagens que representem o mercado de consumo. Num segundo momento, recorte os objetos, “coisas” e pessoas, para montar sua obra de arte. Para finalizar, faça a composição da sua obra e cole os recortes escolhidos numa folha. 


OBJETIVOS

Ampliar o repertório cultural dos educandos.

Ampliar o repertório visual dos educandos.

Apreciar obras de arte do movimento POP ART.

Conhecer os principais artistas do movimento POP ART.

Desenvolver conceitos relacionados ao consumismo.

Desenvolver o senso crítico em relação ao consumismo.

Desenvolver trabalhos artísticos através da estética da POP ART.

Conhecer e entender as diferentes possibilidades expressivas através da POP ART.

Atribuir significados e sentidos aos desenhos produzidos através da estética da POP ART.

Trabalhar a expressividade através da POP ART.

Trabalhar a técnica do desenho.

Trabalhar a técnica da colagem.

Trabalhar a técnica da pintura.

Trabalhar a técnica da fotografia.

Desenvolver trabalho de pesquisa através das TDIC.

Estimular pesquisas qualitativas aos educandos.

BIBLIOGRAFIA

ARTE Pop. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo367/arte-pop>. Acesso em: 10 de Out. 2020.

JONSON, Horst Waldemar; JONSON, Anthony. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Livraria Mrtins Fontes Editora LTDA, 1988.

Nova Enciclopédia Barsa: macropedia. Brasil: Donaldson M. Garschagen, 1999.